Antegnati órgão em St. Carlo, Brescia, Itália (século XVI - XVII)
"Antegnati" - o nome da prolífica família de construtores de órgãos no norte da Itália é conhecido por todos que tiveram contato com a música de órgão italiana. Eles estiveram ativos do século XV ao XVII. Seus órgãos são o tipo da escola de construção de órgãos italiana.

No final do século XVI, o órgão italiano assumiu a forma estável que persistiu nos dois séculos seguintes. Normalmente, tinha um manual com um pedal de puxar muito primitivo. A base do órgão era formada pela plena "pirâmide" do coro principal, separando cada rank mesmo nos registros mais altos. Portanto, não há registro de "mistura" encontrado no órgão italiano tradicional. Em vez disso, a brilhante "coroa" do som do órgão é formada por ranks principais individuais com os nomes latinos designando sua altura (15º, 19º, 22º, 26º, 29º...). Como os construtores de órgãos italianos não construíam tubos muito pequenos, os registros geralmente quebram no 1/8' do comprimento do tubo, às vezes até mais baixo, fazendo repetições de oitava. Portanto, o plenum é dominado pelo som de 2' e 2 2/3', dando um timbre "dourado" (enquanto o tipo alemão do plenum do órgão poderia ser descrito como "prateado").

Além do coro principal pleno "Ripieno", existem registros concertantes, geralmente representados pelo Flute quint (Flauto em duodecima) = um Nazard, e um Flauto em ottava com timbre semelhante ao de um "flauta doce". O pedal é geralmente acoplado rigidamente ao manual sem nenhum registro proprietário. No caso de St. Carlo, há um registro de pedal chamado Contrabassi (Subbas 16') que foi adicionado ao longo da história.

Existem várias teorias sobre a origem do órgão em S. Carlo em Brescia. Gilles Cantagrel sugere que o órgão foi construído por Gian Giaccomo Antegnati no final do século XVI. Outra fonte atribui o instrumento a Graziadio Antegnati, que teria construído o órgão "durante os primeiros anos do século XVII". Finalmente, o rótulo moderno localizado no caixa do órgão lê: "Este instrumento foi construído em 1636 pela oficina de construção de órgãos Antegnati em Brescia. Foi restaurado por Armando Maccarinelli em 1958 sob a direção técnica de Luigi Ferdinando Tagliavini e Ernesto Meli."

Se mais esclarecimentos forem possíveis, ficarei grato por me informar.

René Saorgin descreve o instrumento de St. Carlo como o ideal do trabalho dos Antegnati: O timbre de seu Principale de 8 pés é, como o próprio construtor de órgãos exigiu, muito "cantável" e "delicado". Eu descreveria seu som como "suave". A baixa pressão do ar (inferior a 2 polegadas) não "sobrecarrega" o tubo, então ele fala de forma muito natural, sem qualquer sombra de força ou pressão. Lembra-me do Salicional Barroco (não o moderno "stringy" Salicional, porém!!!) ou até mesmo Gemshorn.

A referência é feita ao tratado de Costanzo Antegnati "L'Arte organica" de 1608, onde o famoso construtor de órgãos dá suas observações e sugestões para a performance do órgão. Seus comentários são extremamente importantes para a interpretação autêntica da música italiana antiga.

Além disso, os registros aliquote do coro principal são suavemente timbrados, o que dá um timbre sutil e semelhante ao de um "cravo" a todo o Ripieno. Os aliquotes são usados para colorir o fundamental do Principale. Ao executar a música usando este conjunto de amostras, você não deve aumentar muito o volume!

O registro ondulante "celeste" Fiffaro deve ser usado - de acordo com o conselho dos Antegnati - apenas em conjunto com o Principale para produzir o efeito de batimento e é recomendado para os movimentos lentos.

Leitura adicional:
Oscar Mischiati (ed.), GLI ANTEGNATI: Studi e documenti su una stirpe di organari bresciani del Rinascimento. Bolonha, 1995.
Calvert Johnson, Historical Organ Techniques and Repertoire: ITALY 1550-1650. Colfax: LWE, 2002.
Ferdinand Klinda, Organ v kultúre dvoch tisícročí. Bratislava: HC, 2000.
Barbara Owen, The registration of Baroque Organ Music. Bloomington e Indianápolis: Indiana University Press, 1997.
O documentário da TV franco-britânica de Gilles Cantagrel, Une histoire de l'Orgue. 1. parte, 1990.